quarta-feira, 18 de maio de 2011

4º FICHAMENTO

Relação entre biofilme, atividade de cárie e gengivite
em crianças HIV+

Ribeiro, A de A ; Portela, M. ; Souza, I.P de. Relação entre biofilme, atividade de cárie e gengivite em crianças HIV+. Pesqui Odontol Bras
 Ano 2002; vol.16 nº(2): pag.144-150.

“A infecção pelo vírus HIV acarreta uma diminui
ção progressiva em número e atividade dos linf
ócitos T CD4+, comprometendo a imunidade celular
e deixando o hospedeiro susceptível ao
desenvolvimento de várias infecções oportunistas
e neoplasmas22. Dentre as manifestações comuns
em crianças infectadas pelo HIV, destacam-se a
linfadenopatia, hepatomegalia, infecções oportunistas
bacterianas ou virais, como pneumonia
intersticial linfóide (LIP), meningite, abscesso e celulite.” (p.144)
“A experiência de cárie e gengivite em crianças
infectadas pelo HIV é elevada7,15, valor justificado
pelo alto consumo de medicamentos contendo
açúcar, dieta rica em carboidratos para reposição
calórico-protéica18,19, menor imunidade contra bact
érias cariogênicas18, diminuição do fluxo salivar24,
hábitos inadequados de higiene bucal20 e falta de
informação quanto às práticas de promoção de
saúde bucal13. Assim, estas crianças representam
um grupo em especial, em que muitos fatores moduladores
da doença cárie e gengivite fazem parte
do cotidiano de suas vidas.” (p.145)
“Com isso, o exame da condição gengival foi realizado utilizando-
se uma sonda periodontal estéril, com o objetivo
de verificar a presença de inflamação gengival
e a eficiência no controle de biofilme caseiro.
Foram atribuídos escores, desenvolvidos para o
presente estudo (Quadro 1). Além disso, o número
de faces que apresentavam sangramento espontâ-
neo e/ou provocado também foi anotado após o
exame do estado da gengiva circundante a todos os
dentes presentes na boca.”(145)
“Para o exame das superfícies proximais, onde suspeitou-se de presen-
ça de doença (através da alteração na cor do esmalte
e/ou presença de gengivite interpapilar9), foi
colocado um elástico separador, o qual passava
pelo ponto de contato entre o dente em questão e
seu vizinho, para que a superfície pudesse ser melhor
inspecionada na consulta seguinte.” (p.146)
“Após estes exames, todas as crianças foram inseridas
em um programa de promoção de saúde
bucal, baseado em remoção mecânica de biofilme
para controle da doença cárie e retornos periódicos
para acompanhamento e motivação.” (p.147)
“Ao correlacionar o índice de biofilme e o estado
gengival, pôde-se observar que a prevalência de
inflamação esteve associada aos índices que apresentavam
placa espessa e madura sobre as superf
ícies dentais, e esta associação foi estatisticamente
significante (teste qui-quadrado, p < 0,001)
(Gráfico 1). Através da observação da linha de tend
ência do Gráfico 2 é possível verificar moderada
correlação entre a qualidade do biofilme, expressa
através do índice utilizado, e a média das superfí-
cies gengivais com sangramento provocado (teste
de correlação de Spearman, rs = +0,57).” (p.147)
“Assim, a prevalência de crianças com gengivite
(58,9%) foi superior à relatada por Hamp et
al.12 (1978), os quais encontraram a manifestação
em 41,1% dos pacientes infantis clinicamente saud
áveis. Ao reportar crianças cronicamente doentes,
como é o caso deste estudo, provavelmente o
grau de imunossupressão pode ter influenciado na
resposta do tecido gengival, assim como verificaram
Howell et al.14 (1996).” (p. 148)

“Diante dos resultados observados quanto a
saúde bucal destas crianças infectadas pelo HIV,
cabe ainda ressaltar a necessidade de desenvolvimento
de programas de promoção de saúde baseados
em educação e motivação para um adequado
controle mecânico de biofilme, visto que este fator
etiológico da doença cárie e gengivite pode e deve
ser monitorado, contribuindo assim para uma melhora
nas condições bucais desta população.” (p.149)



3º FICHAMENTO

Células-tronco em Odontologia

Soares, A.P.; Knop, L.A.H ;  Jesus, A.A. ; Araújo, T.M. Céluas-Tronco em Odontologia. R Dental Press Ortodon Ortop Facial.   Maringá, vol. 12, n. 1, p. 33-40, jan. /fev. 2007.


“A perda dentária e dos tecidos periodontais
pode resultar em movimento dos dentes remanescentes,
dificuldade na mastigação, fonação, desequilíbrio
na musculatura e comprometimento da
estética dentária e do sorriso, comprometendo a
auto-estima.”  (p.33)

“Células-tronco são definidas como células indiferenciadas
com grande capacidade de auto-renovação
e de produzir pelo menos um tipo celular
altamente especializado.”  (p.34)

“A viabilidade do uso de
células-tronco adultas na regeneração e reconstrução
de tecidos tem suscitado grande interesse na
comunidade científica, dado o aumento de leis em
diversos países que proíbem o uso de células-tronco
embrionárias em pesquisas.” (p.34)


“Inúmeros estudos têm isolado células altamente
proliferativas, derivadas da polpa dentárias.
Constatou-se que tais células são
multipotentes e possuem a capacidade de autorenovação
e de diferenciação em diversos tipos
celulares.” (p.34)


“Além disso, os dados desse estudo indicam que as
SHED possuem habilidade de se diferenciarem
em células odontoblásticas funcionais, adipócitos
e células neurais, além de estimularem a osteogênese
após transplantação in vivo.” (p.35)

“Alguns autores demonstraram ainda que a
regeneração da polpa induzida por hidróxido de
cálcio é mediada pela sinalização Notch célula-célula.
Os resultados foram consistentes para afirmar
que esta sinalização controla o destino de células-tronco
provenientes da polpa, durante a regeneração
da mesma.” (p.36)


“Células da polpa dentária de porcos, cultivadas
e tratadas com BMP-2, foram transplantadas
para dentes despolpados de cães, com o objetivo
de observar a diferenciação odontoblástica e a formação
de dentina. A expressão do RNAm de sialofosfoproteínas
da dentina (Dspp, sigla do inglês
dentin sialophosphoprotein) e de metaloproteinases-
20 da matriz (MMP-20, em inglês matrix metalloproteinases-
20) confirmou a diferenciação de
células pulpares em odontoblastos. Tal resultado
comprovou o efeito estimulatório da BMP-2 para
a formação de dentina”. (p.37)

“Inúmeros esforços têm sido direcionados para a
regeneração periodontal. Laino et al.11 demonstraram
a presença de células tronco-adultas no ligamento
periodontal, com propriedade clonogênica e
alta taxa proliferativa. Essas células foram estimuladas
in vitro a diferenciarem-se em células tipo cementoblastos,
através de um meio rico em L-ascorbato-
2 fosfato, dexametasona e fosfato inorgânico;
após 4 semanas observou-se acumulação cálcica,
embora em menor proporção quando comparada
com as células-tronco provenientes da medula
óssea e da polpa dentária.” (p.38)

“O objetivo da Odontologia conservadora é restaurar
ou regenerar os tecidos dentários para manter a
vitalidade, a função e a estética do dente. Gronthos
et al.8 iniciaram estudos para isolar células-tronco da
polpa dentária a partir de terceiros molares humanos
impactados. Em meio de cultura composto por L-ascorbato-
2-fosfato, glicorticóide e fosfato inorgânico,
foi observada a capacidade de tais células formar em
depósitos cálcicos in vitro. Após transplantação em
ratos imunocomprometidos, as células-tronco pulpares
exibiram habilidade de formar uma estrutura
semelhante ao complexo dentina-polpa, composto
de uma matriz de colágeno tipo I altamente organizada,
perpendicular à camada tipo odontoblástica, e
tecido fibroso contendo vasos sanguíneos, análogo à
polpa encontrada em dentes humanos normais.” (p.38)


“Na busca pela formação de um órgão dentário
completo, foram desenvolvidos experimentos em ratos,
utilizando primórdios da lâmina dentária ao invés
de populações de células-tronco isoladas6,23. Isto
evidencia uma dificuldade na manipulação de todos
os fatores envolvidos no desenvolvimento de um órgão
dentário. Além desta problemática é evidente a
necessidade da inserção e funcionabilidade do órgão
formado, de maneira que possa se integrar ao sistema