quarta-feira, 4 de maio de 2011

Hipertermia Maligna

 Interessante!!!
Contida na revista CIÊNCIA HOJE
vol.44  nº 260

 
Algumas pessoas que se submetem a cirurgias reagem à anestesia geral, durante a operação ou mais tarde, de maneira anormal, apresentado rigidez musculas, aumento rápido da temperatuda, instabilidade cardíaca e outras disfunções, que em muitos casos levam à morte. Esses sinais clínicos, identificados há menos de 50 anos, caracterizam a hipertermia maligna. Ela é causada por mutações genéticas que alteram o processo de contração muscular e é desencadeada principalmente por alguns anestésicos. Os índices de mortalidade, porém, têm sido reduzidos por meio de medidas como a disseminação de informações sobre a doença, o diagnótico precoce.

A hipertermia maligna é uma doença genética decorrente da modificação de um gene, que tem sua expressão no músculo esquelético. O "alvo molecular" principal( emtre 50% e 70% dos casos) da hipertermia maligna é uma proteína , chamada de receptor da rianodina tipo 1( e conhecida pela sigla RyR1), produzida no interior da fibra muscular.
Esse receptor regula a quantidade de íons cálcio que deve ser liberada pelas células musculares para ativar a contração muscular. A mutação do gene que contém as instruções para a síntese do RyR1 leva à alteração funcional de proteína e pode provocar a fraqueza muscular, além de contraturas(contração mantida dos músculos). No caso da mutação que provoca a hipertermia maligna, o RyR1 torna-se altamente sensível aos anetésicos gerais e ao relaxante muscular succinilcolina,também usado durante a anestesia, resultando em liberação de grande quantidade de cálcio para o interior da fibra muscular.
Embora o organismo tenha vários mecanismos encarregados em manter o equilíbrio do cálcio intra celular, nos portadores dessa anormalidade genética a liberação desse íon é tão grande que excede a capacidade de organização de regulação. O excesso de cálcio causa contratura intensa do músculo, ativa o consumo de oxigênio e com isso a produção de gás carbônico,levando a um aumento rápido na produção de calor e ativação de enzimas que destroem a membrana das células musculares. A distruição da membrana permite a saída de componentes da célula, inclusive o cálcio e uma enzima própria do músculo,a creatina-fosfo-quinase(CPK), para o meio extra celular e daí para a corrente sanguínea. A identificação do aumento da concentração dessas substâncias no sangue auxilia do diagnóstico clínico da doença.
Existem vários relatos de casos de hipertermia maligna em pessoa que submetem a exercícios físicos, agudos e extenuantes.Os casos mais comuns estão associdados à provas de sufuciência física de ingresso para forças armadas.
Os protadores de hipertermia maligna podem ser totalmente assintomáticos. Nesse caso, como jamais suspeitaram da existência da doença, é muito dificil detectá-la nos exames pré-operatórios. Alguns sinais de sintomas, como má-formação óssea e muscular, aptidão muscular aumentada ou reduzida, histórico de febre sem causa aparente, de cãibras frequentes e de doenças oculares e otorrinolarinológicas  são apenas sugestivos de hipertermia maligna.
Durante algum tem acreditou-se que a hipertermia maligna afetava apenas os caucasianos, o grupo humano de pele mais clara. Entretanto, são relatadas casos letais em todos os países e,portanto, a doença, que atinge homens e mulheres, não é exclusiva de um grupo etníco. A incidência é muito maior nas famílias onde o gene anormal já está presente: se um dos pais tem esse gene dominate, a chance de cada filho ter a doença é de 50%. A incidência, que varia muito ente os países, é relativamente baixa. Estima-se, hoje, que em crianças a incidência seja de uma para cada 10 mil circurgias, e em adultos de uma para 50 mil. No entanto, o grande número de cirurgias realizadas no mundo - só no Brasil são mais de 10 mil cirurgias por dia - tem levado ao aumento dos casos. Vale ressaltar que, em função da redução da mortalidade e ao desenvolvimento de novos meio de diagnóstico e de tratamento, o nº de portadores de hipertermia maligna tende a crescer. 

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